quinta-feira, 29 de novembro de 2012

RESUMÃO DE HISTÓRIA ANTIGA

O QUE É PÓLIS?

Modelo de cidade da Grécia antiga, conjunto de cidadãos, forma de instituição "Estado" do período homérico. As principais póleis do mundo grego a esta época eram ATENAS e ESPARTA.


QUANDO AS PÓLEIS ENTRAM EM CRISE?

Este modelo de "Cidade-Estado" entra em crise à partir da Guerra do Peloponeso, quando as cidades de Atenas e Esparta entram em choque, motivados por problemas financeiros, conflitos sociais e a falta de espaço territorial face ao contingente populacional. A guerra destrói o modelo de autarquia vigente.


RELAÇÃO DE ESCRAVIDÃO


  • ATENAS - Eram benevolentes com seus escravos, concedendo uma série de privilégios. Existiam 3 categorias: Choris Oikuntes, com liberdade de ação, não sujeitos a vigilância constante e em condição de "quase liberdade".
          Os Escravos Públicos eram trabalhadores braçais ou funcionários da administração, e gozavam de    uma condição material melhor que os demais escravos particulares.
          O escravo liberto virava automaticamente um "meteco" (estrangeiro), porém sem quebrar os vínculos com seu antigo senhor. Na Atenas clássica, o escravo poderia se de ORIGEM DE NASCIMENTO, pela GUERRA ou CONDENAÇÃO EM JULGAMENTO (no caso dos metecos).
  • ESPARTA - Não tinha um modelo específico de escravidão. Os Hilotas (servos que habitavam em terras conquistadas) são frequentemente definidos como escravos. Eram todos da mesma origem (diferente do que acontecia em Atenas), permaneciam sempre juntos nos locais onde sempre viveram, praticavam a agricultura nas terras conquistadas e eram recrutados para o exercito. A homogeneidade dos hilotas e sua condição servil resultou em diversas revoltas, dando origem ao Estatuto do Hilota.


GRADUAÇÃO E MODELO DE LIBERDADE

  • ATENAS - Os cidadãos eram livres e donos de terras, enquanto que a metecos e escravos eram destinadas as atividades produtivas (mal vistas para um cidadão). Metecos e escravos eram desprovidos de direitos civis, porém se um meteco (estrangeiro livre) recebesse uma condenação, passaria para a condição de escravo.
  • ESPARTA - A sociedade era dividida entre os "homoioi" (pares, iguais), periecos (homens livres de outras terras) e hilotas (servos de terras conquistadas, frequentemente definidos como escravos). Segundo o Pollux, III, 83, era definida a sua situação como "entre a liberdade e a escravidão".


A MULHER NO OIKOS

De acordo com a literatura homérica, as mulheres (numerosas escravas), se ocupavam nestas unidades humanas, econômicas, de consumo e produção em lides domésticas, atendimento a seus senhores, fiação e tecelagem.
Em relação às senhoras da casa, supervisionam as atividades domésticas e se ocupavam de trabalhos com tecidos. Suas atividades talvez fossem mais intensasque as dos homens (senhores).



AS LACUNAS SÃO PREENCHIDAS PELA LITERATURA NO PERÍODO ARCAICO

O conhecimento de elementos do período arcaico muito se deve aos relatos literários dos poemas épicos de Homero, preenchendo lacunas importantes no conhecimento de aspectos socio-econômicos e políticos da época.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Fichamento - HISTÓRIA ANTIGA

DIVERSAS CATEGORIAS DE ESCRAVOS DO PERÍODO CLÁSSICO, SUAS DIFERENÇAS E CONTRADIÇÕES
 
FLORENZANO, Mª Beatriz F. O Mundo Antigo: Economia e Sociedade (Grécia e Roma),
Ed. Brasiliense, São Paulo: 1982.
 
Por Mônica Santos
(Graduanda em História pela UCAM - Universidade Candido Mendes
Campus Santa Cruz)
 
 
SOCIEDADE ATENIENSE
 
"A sociedade era formada por três categorias: os cidadãos atenienses, os metecos (estrangeiros) e os escravos." (p. 38)
"Se, de um lado, durante o período classico, a democracia ateniense foi cada vez mais abrangente no que diz respeito ao cidadão, de outro fechou-se mais e mais para metecos e escravos." (p. 41)
"As atividades lucrativas (...), recebiam o mesmo tipo de tratamento ou pior do que os trabalhos manuais. Escravos e Metecos dedicavam-se a elas livremente, mas um cidadão era mal visto se o fizesse." (p. 42)
"Qualquer deslize significava, para o meteco, a possibilidade de cair em escravidão." (p. 43)
 
 
ESCRAVIDÃO EM ATENAS
 
"Na Atenas classica, o escravo poderia ter várias origens: o nascimento, a guerra, a condenação em julgamento, no caso dos metecos." (p. 44)
"Com frequencia os escravos eram tratados com benevolência e gozavam de uma série de 'privilégios'." (p. 44)
"Muitos escravos (...) exerciam a profissão fora da casa do seu senhor, dando-lhe parte do produto do seu trabalho." (p. 44)
"Outros escravos (...) obtinham (...) a autorização de morar onde quisessem. (...) Para a condição de livres faltava-lhes pouco." (p. 45)
"Outro tipo de escravo considerado 'privilegiado' era o escravo público. (...) os escravos do Estado gozavam de uma condição material de vida melhor que daquela dos escravos particulares" (p. 45)
"O escravo liberto tornava-se automaticamente um meteco (rara vez um cidadão)" (p. 45)
"Entretanto, a liberdade de um ex-escravo (...) mantinha vivos os vínculos entre escravo liberto e seu senhor." (p. 45)
 
 
SOCIEDADE ESPARTANA
 
"Esta cidade é considerada pelos historiadores como 'menos desenvolvida'." (p. 49)
"(...) no contexto geral geral das póleis gregas, (...) Esparta era 'atrasada'." (p. 50)
"Três eram as categorias em que se dividia a sociedade espartana: os homoioi (pares, iguais); os periecos e os hilotas." (p. 50)
 
 
"ESCRAVIDÃO" ESPARTANA
 
"A escravidão (no sentido de escravo-mercadoria) e a democracia não vieram a luz ali." (pp. 49 e 50)
"A população submissa aos cidadãos espartanos estava dividida em periecos e hilotas" (p. 51)
"Os periecos formavam comunidades autônomas (...) Eram homens livres." (p. 51)
"Os Hilotas (...) são frequentemente definidos como escravos. (...) Habitavam as terras conquistadas pelos espartanos: eram todos da mesma origem e, (...) permaneciam juntos nos locais onde sempre moraram." (p. 52)
"A condição de hilota (...) possibilitou sua união em reinvindicações contra o estado espartano. Durante os períodos arcaico e classico, os espartanos tiveram que enfrentar muitas revoltas servis (...)." (p. 52)
"O estatuto dos hilotas foi definido já na antiguidade como um dos casos 'entre a liberdade e a escravidão' (Pollux, III, 83)." (p. 53)
 
 
DIFERENÇAS E CONTRADIÇÕES
 
"Não se observa na sua estrutura social [em Esparta] a nitidez existente em Atenas entre as diferentes camadas sociais." (p. 49)
"(...) eram muito diferentes [os hilotas] dos escravos de Atenas, por exemplo, que vinham de muitas regiões do mundo bárbaro e grego." (p. 52)
"Tais tipos de rebeliões [servis] jamais foram conhecidas em Atenas graças a heterogeneidade dos escravos, a falta de identidade entre eles e à diversidade de condição de vida de cada um (...)." (p. 53)
 
 
CONCLUSÃO
 
"Como nos tempos homéricos, o escravo é uma mercadoria comprada em um mercado e pertencente a um dono que dispõe dela como qualquer outro animal." (p. 44)
"A escravidão aumentou consideravelmente em toda a Grécia durante o período classico." (p. 46)
"(...) a noção de democracia caminha de mãos dadas com a de escravidão, e a noção de cidadão com a de escravo. O periodo classico é a época em que se cristalizam as diferenças entre as três categorias sociais que formavam a sociedade ateniense (...)." (p. 47)
"Em todos estes exemplos, os indivíduos permanecem presos a terra, não circulam como mercadorias e o seu trabalho reverte em benefício de alguns poucos." (p. 53)
 
 
 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

31ª Semana de Estudos Clássicos

Essa vai tanto pro pessoal de História como pro pessoal de Letras:



Pra nós na UCAM - Santa Cruz acredito ser um pouco difícil, pois coincide com a Semana Acadêmica da unidade, mas pra quem puder acompanhar os dois, fica a dica.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

AVISO DE ORDEM DO BLOG

Queridos leitores, em função dos loucos e desocupados da net, o blog AS PRETINHAS DA HISTÓRIA vai deletar qualquer comentário que não esteja nominada por uma pessoa real e com um perfil no mínimo sério e voltado aos estudos históricos.

Perfis como "Se a Vida te Der Limões, Faça uma Limonada", ou "É Nóis na Fita", e similares NEM SERÃO CONSIDERADOS! Serão deletados sumariamente.

Embora os blogs sejam território livre pra postar qualquer coisa, nosso blog tem um compromisso com a HISTÓRIA, enquanto disciplina acadêmica e enquanto ciência, portanto não há espaço para informações desconexas, "achismos" e perfis absurdos de usuários descompromissados com a seriedade que o blog requer.

GRATA PELA COMPREENSÃO!

domingo, 19 de agosto de 2012

CURIOSIDADES HISTÓRICAS - Um Visitante Inconveniente

Charge de Angelo Agostini debochando da visita de conde d'Eu à Escola Militar
Charge de Angelo Agostini  debochando da
visita de conde d'Eu à Escola Militar
Em plena sala de aula, bate boca entre conde d'Eu e um professor de História traz a tona a crise da monarquia no Brasil.
Por ROBERT DAIBERT JUNIOR, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora e autor de "Isabel, a 'Redentora dos Escravos': Uma história da princesa entre olhares negros e brancos (EDUSC, 2004)

No meio da aula, entra na sala uma autoridade. São tempos tensos, e o professor, que se opõe ao regime vigente, aproveita a situação para afrontar o nobre visitante, acusando sua família de responsabilidade por um antigo massacre. Os alunos passam então a assistir, incrédulos, a um acalorado bate-boca – “Isso é que é lição de História!”, pode ter pensado um deles. Teria toda a razão...

O episódio inusitado aconteceu em 1882, e simboliza perfeitamente a crise política que dominava o país anos antes da proclamação da República. De um lado, Alfredo Moreira Pinto, o professor, republicano convicto. Do outro, o conde d’Eu, o visitante, ilustre membro da família imperial. Bastou um gesto interpretado como descortês pelo mestre para que o conflito viesse à tona.

Assim que entrou na sala de aula, o conde d’Eu não tirou o chapéu. Vindo de um membro da monarquia, o que poderia ser apenas um esquecimento foi tomado como prova da empáfia da nobreza, cujos privilégios irritavam os republicanos. Ofendido, Moreira Pinto resolveu mudar o tema de sua palestra para os alunos da Escola Militar. Começou a falar sobre a sangrenta noite de São Bartolomeu – quando, em 1572, milhares de protestantes foram assassinados, em matança comandada pela casa real francesa. Numa clara provocação, o professor atribuiu a Carlos IX, o jovem rei da França, a responsabilidade de fuzilar pessoalmente, das janelas do Louvre, muitos protestantes fugitivos. Descendente de Carlos IX, o conde d’Eu entendeu o recado e entrou em rota de colisão com o expositor: negou que o rei tivesse sujado as mãos no massacre. Moreira Pinto insistia em sua versão.  Os ânimos se exaltaram, para deleite da plateia. Até que o professor suspendeu a aula, alegando não admitir contestações no exercício de seu ofício.

Alfredo Moreira Pinto não era um republicano qualquer. Bacharel em Letras pelo Colégio Pedro II, dedicava-se ao estudo da história e da geografia do país – publicaria obras de referência, como o Dicionário Geográfico do Brasil (1884) –, e em dezembro de 1870 foi um dos que assinaram o Manifesto Republicano. Dois anos depois, quando se comemorava o cinquentenário da independência, publicou um livro, Martyres da liberdade: às sagradas cinzas de João Guilherme Ratcliff e de seus companheiros de martírio da Heroica Província de Pernambuco, Theatro da gloriosa revolução de 1824, em que denunciava D. Pedro I por condenar à forca João Guilherme Ratcliff, participante da Confederação do Equador, movimento separatista de 1824.

A discussão com o conde d’Eu rendeu-lhe uma reprimenda de seu superior. O francês não só era genro do imperador D. Pedro II, como ocupava a posição de marechal do Exército. Por isso, a afronta de Moreira Pinto foi vista como quebra de hierarquia, e ele recebeu um puxão de orelhas do diretor do colégio nesses termos: “Devo prevenir a V.S. que só se vestirá de prestígio e por este modo honrará a Escola, quando, sabendo respeitar a quem deve, conseguir captar o respeito de quem precisa”. Inconformado, o professor apresentou seu pedido de aposentadoria. Mas D. Pedro II o recusou.

Pintura representando a Noite de São Bartolomeu: Massacre ocorrido
no reinado de Carlos IX, antepassado do conde d'Eu

A reação revela a astúcia política do imperador: ao impedir a saída de Moreira Pinto, D. Pedro evitou que o episódio servisse de munição aos adversários da monarquia – ainda mais tendo como palco a Escola Militar, que durante a década de 1880 tornara-se um viveiro de jovens republicanos. Os alunos chegavam a organizar clubes secretos onde cantavam a “Marselhesa”, hino da Revolução Francesa. Grande parte deles vinha de famílias pobres e encontrava no colégio uma oportunidade de ascensão social. Formavam-se oficiais engenheiros aptos a trabalhar em serviços públicos civis. No entanto, o status social dos jovens militares continuava baixo se comparado aos bacharéis em Direito, que conseguiam com mais facilidade acesso a cargos administrativos e políticos. Este era um ponto-chave na crítica dos militares republicanos ao regime vigente: atacavam os privilégios e defendiam o mérito pessoal como princípio de organização da sociedade. E embora o conde d’Eu integrasse a oficialidade do Exército, ele era visto como um apadrinhado: chegara à posição de marechal por benesses da nobreza, e não por capacidade própria. Sua nomeação desprestigiara os generais de carreira.

A imagem pública do marido da princesa Isabel não era nada boa, e não só entre os militares. A população o acusava de ser ganancioso, avarento, agiota e explorador de aluguéis de cortiços. Era ridicularizado por tudo. Parcialmente surdo, não conseguia se comunicar bem: muitas vezes interpretava errado o que lhe diziam e falava muito alto em ambientes que exigiam postura discreta. Pronunciava com dificuldade o português, carregado de erres e em tom de choro.

Nenhum detalhe escapava aos seus opositores. Reparavam até no desleixo com que se apresentava: despenteado, com cabelos arrepiados, botinas sujas, casacas cheias de dobras, cartolas amassadas e calças arregaçadas até os tornozelos. Para piorar, sofria de problemas gástricos e estava sempre doente. Segundo as más línguas, os incômodos não passavam de somatizações devido ao poder de sua esposa, futura imperatriz do Brasil. Desde o início do casamento, pesou sobre ele a obrigação de gerar filhos que pudessem herdar o trono. A longa espera de dez anos até a primeira gravidez da princesa (que só veio em 1874) provocou comentários maldosos a respeito de sua masculinidade.

Os rumores, maledicências e boatos ganhavam significado político nas rodas republicanas. Com o objetivo de anular a figura de Isabel, mostravam-na como simples joguete nas mãos do marido. Em São Paulo, o jornal humorístico O Grito do Povo foi fundado em 1899 com essa finalidade. O político e jornalista Silva Jardim, o mais exaltado propagandista da República, escolheu o genro do imperador como alvo de violentos ataques. Chegou mesmo a segui-lo em viagem ao Norte do país, buscando neutralizar sua campanha em favor do Terceiro Reinado – proposta que previa Isabel assumindo o trono do pai. Nos discursos mais inflamados, Silva Jardim chegou a pregar o fuzilamento do conde d’ Eu.

Desenho representando o triunfo da República
sobre a Monarquia
A tática de Moreira Pinto foi outra: ele tentou fuzilar o conde e a monarquia com palavras. Ou melhor, com lições de História. Ao recusar o pedido de aposentadoria do professor em 1882, D. Pedro havia conseguido pôr uma pedra sobre o caso. Mas em março de 1889, um fato novo fez a pedra rolar. O governo vinha tomando diversas providências para neutralizar o potencial explosivo de ideias e armas cultivadas na Escola Militar. Chegou a dividi-la em duas, com a criação da Escola Superior de Guerra (em São Cristóvão). Em meio a tantas reformas, apenas um professor foi aposentado compulsoriamente: Alfredo Moreira Pinto.

O mestre procurou a imprensa, e a discussão travada anos atrás em sua aula de História ganhou repercussão. Os últimos meses da monarquia no Brasil foram marcados por intensas agitações políticas, debates e conspirações, e a aula de Moreira Pinto caiu como uma luva na intensa campanha promovida pelos republicanos. A doença e o enfraquecimento do imperador alimentavam rumores de que sua filha já governava nos bastidores, e o pior: com o auxílio do marido. Nas palavras de Rui Barbosa, publicadas no Diário de Notícias, o afastamento do professor era a “satisfação de uma vingança, incubada na impotência de longos sete anos”.

Silva Jardim também explorou o episódio em suas conferências republicanas. Em defesa de Moreira Pinto, afirmou que a carnificina promovida pelo rei da França na Noite de São Bartolomeu precisava ser ensinada sem nenhuma censura. Relacionando o fato histórico com o presente e com o possível futuro do Brasil, perguntava: “O que seria desse país entregue a um mau príncipe que pertence à família de gente ruim? (...) Eis em resumo o que é a família do conde d’Eu: gente sem equilíbrio moral, egoísta e perversa”.

Após a proclamação da República, toda a família imperial foi exilada. O retorno do conde d’Eu ao Brasil só foi possível em 1921, quando o banimento foi revogado. Voltou acompanhado do filho mais velho e de alguns netos. A princesa Isabel, já idosa, encontrava-se em uma cadeira de rodas na França, impossibilitada de voltar ao país. A monarquia não representava mais perigo, e o conde d’Eu recebeu homenagens em diversas cerimônias.

Uma dessas solenidades, organizada na Vila Militar do bairro de Deodoro, contou com a presença de autoridades como o ministro da Guerra e o chefe do Estado-Maior do Exército. Entre os convidados, estavam também alguns daqueles que haviam contribuído para seu exílio de 32 anos e trabalhado pela anulação de sua patente de marechal do Exército, riscando-a do Almanaque Militar. Sem se incomodar com isso, o conde passou a narrar sua participação na Guerra do Paraguai. A conversa assumiu o tom de uma aula de História. A diferença era que, desta vez, ele era convidado. A surdez avançada não o impediu de ouvir as provocações de alguns “alunos” presentes, que dispararam altos e sonoros vivas à República. Não havia mais tempo de incubar vinganças. A resposta do conde d’Eu foi rápida e carregada de fina ironia. Quebrando o silêncio que se seguira aos gritos, ele exclamou: “Viva o sempre valoroso Exército brasileiro!”. A lição não terminava ali.



Estranho no ninho 

Desde pequeno, Louis Phillipe Marie Ferdinand Gaston d’Orléans, o conde d’Eu (1842-1922), acostumou-se à condição de estrangeiro. Aos 6 anos, teve que deixar a França quando a revolução de 1848 destronou seu avô, o rei Luís Felipe, e levou toda a família ao exílio. Passou a infância e a adolescência refugiado na Inglaterra, país oficialmente protestante, que só tolerava o catolicismo em reuniões domésticas. Por muitos anos, sua família viveu de favores, em um palácio emprestado.

Morou também na Espanha, onde iniciou carreira no Exército, estudou na Academia Militar de Segóvia e chegou a lutar contra o Marrocos, na África, nos primeiros meses de 1860. Mas era sempre visto como um príncipe expulso de seu país de origem, e por isso rejeitado.

Em 1864, chegava ao Brasil um jovem marcado por longa experiência distante de seu país de origem. Aos 22 anos, ainda buscando afirmar sua posição e identidade, casar-se com uma princesa brasileira pareceu-lhe uma ótima oportunidade. Não teve jeito: uma vez estrangeiro, sempre estrangeiro.

Quis o destino que o francês sem pátria morresse em alto-mar. Foi no dia 28 de agosto de 1922, quando viajava para Brasil para a comemoração do centenário da Independência. O corpo foi velado no Rio de Janeiro, retornou a França, mas hoje repousa mesmo no Brasil. Mais precisamente em Petrópolis, cidade imperial, para onde foi transladado em 1953.

Escola Militar: palco da discussão entre conde d'Eu e o
Professor de História Alfredo Moreira Pinto


FONTE:
REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL, Rio de Janeiro: Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional,
nº 46, Julho. 2009


sábado, 16 de junho de 2012

O CASO DOS ROSENBERG

Pretinhos e pretinhas, hoje me peguei vendo o RJTV primeira edição, e me chamou atenção uma reportagem a respeito de uma palestra que acontecerá nos dias 18 e 19 de junho no CENTRO CULTURAL MIDRASH (R. Gen. Venâncio Flores, 184 - Leblon). O tema da palestra é a respeito do CASO DE ESPIONAGEM ROSENBERG, que aconteceu no auge da guerra fria.

O que me chamou atenção a princípio foi o fato de que em breve abordaremos esse assunto, provavelmente quando começarmos a tratar sobre a 2ª Guerra Mundial e suas consequências, ou seja, a Guerra Fria. Nesse contexto, sabemos bem que existia uma rede de espionagem e contra espionagem, muitas vezes mais "folclorica" e fruto do medo de ambas as potências - Estados Unidos e Russia, de serem subjugadas em uma peleja nuclear. Hollywood já virou "do avesso" essa história, porém como somos futuros historiadores, temos que ser fieis a NOVA HISTORIOGRAFIA e buscar o máximo de informações e isenção possíveis.

Fiquei bastante curiosa quanto a história deste casal, e fui buscar maiores informações da história. Ei-la:

(...) caso de espionagem Rosenberg e a pena de morte na época da Guerra Fria. Julius e Ethel Rosenberg foram julgados e condenados por conspiração para roubar segredos atômicos à União Soviética em 1951 e foram executados por seus crimes, dois anos depois.

"Para compreender a execução do casal Julius e Ethel Rosenberg, em 1953, é preciso retroceder vários anos. Às 8h do dia 17 de julho de 1950, agentes do FBI bateram à porta do apartamento da família Rosenberg em Manhattan. Julius Rosenberg, 32 anos, nem teve tempo para terminar sua higiene matinal. Foi preso ainda com espuma de barbear no rosto.
Era o desfecho de uma série de episódios, que tiveram início logo no começo da Guerra Fria. Em agosto de 1945, a bomba atômica explodiu em Hiroshima, selando a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Em seguida, começou o conflito Ocidente-Oriente e surgiu a Cortina de Ferro. Os espiões russos e norte-americanos se esforçavam por descobrir os segredos militares e nucleares do adversário.
Paranoia anticomunista
A primeira bomba atômica russa explodiu quatro anos depois de Hiroshima e Nagasaki, em 28 de agosto de 1949. Enquanto a opinião pública se mostrava perplexa diante da demonstração de poder dos russos, a CIA começou a se questionar como os soviéticos haviam tido acesso aos segredos nucleares.
Em fevereiro de 1950 foi preso o cientista britânico Klaus Fuchs, que havia participado do projeto nuclear americano. Ele revelou ter passado dados importantes sobre a produção da bomba a agentes russos. A revelação desencadeou uma série de prisões, até se chegar ao soldado David Greenglass, irmão de Ethel Rosenberg.
Greenglass confessou haver entregue a Julius Rosenberg várias ilustrações das lentes especiais, desenvolvidas para a bomba no laboratório de Los Alamos. A prisão dos Rosenberg aconteceu em plena época de histeria anticomunista nos Estados Unidos. Qualquer pessoa que alguma vez tivesse manifestado qualquer simpatia pelo regime soviético era considerada suspeita.
Assassino de 50 mil soldados
O processo que se seguiu foi marcado por essa histeria. O caso Rosenberg teria de ser exemplar. Julius alegou inocência, mas foi incriminado por uma série de testemunhas. O juiz Irving Kaufman considerou o crime "pior que assassinato" e responsabilizou Rosenberg pelos 50 mil soldados mortos na Guerra da Coreia, eclodida em virtude da ameaça nuclear russa.
Apesar de a União Soviética ter negado qualquer envolvimento com Rosenberg, ele e a esposa foram condenados à cadeira elétrica no dia 5 de abril de 1951. Nos dois anos seguintes, seu advogado tentou de tudo para reverter a sentença. A opinião pública mundial protestou, o papa Pio 12 interveio, tudo em vão.
O casal foi um símbolo tanto para a esquerda como para a direita. Para uns, representou a injustiça capitalista; para outros, a ameaça comunista. No dia 19 de junho de 1953, Ethel e Julius Rosenberg foram executados na cadeira elétrica da prisão de Sing Sing. Só em 1997, Alexander Feklisov, ex-superagente russo e contato de Julius Rosenberg, confirmou que este havia sido espião, mas Ethel nunca soubera de nada."

Segue o link de uma reportagem sobre o assunto. Pena estar em inglês sem legendas... Quem não domina a língua (como eu), encontrará dificuldades...


Esse assunto Guerra Fria é tão recente quanto complexo, e seu entendimento - pelo menos na minha humilde opinião pessoal, é tão controverso e sua complexidade encontra precedentes no próprio processo das revoluções da Idade Moderna! Envolve questões politicas severas, que se originaram nas antigas alianças que culminaram na 2ª Guerra Mundial (os mestres em história que me leem, por favor me perdoem se a que vos escreve estiver pecando pela antiga historiografia... e QUALQUER CORREÇÃO SERÁ MUITO BEM VINDA!) e foram se modificando de acordo com o desenrolar da Grande Guerra, bem como períodos pós-guerra e subsequentes.

A importância do Caso Rosenberg se dá pelo fato de terem sido os primeiros civis a serem executados por espionagem nos Estados Unidos, associado ao fato de que, por serem judeus, houve uma série de protestos com a alegação de anti-semitismo.

Infelizmente não achei o documentário completo para a nossa apreciação, e me parece que Hollywood nunca se interessou muito pela história ao ponto de transforma-la num longa metragem (ou não receberam autorização dos familiares para tal), mas ao que me consta, esse documentário será exibido na palestra. O que compartilho com vocês é um fragmento deste documentário.

O BLOG PRETINHAS AGRADECE PENHORADAMENTE SE ALGUÉM O ENCONTRAR COMPLETO!!!




Fontes:
Youtube

sexta-feira, 15 de junho de 2012

EXPOSIÇÕES CCBB (Em busca das horas PAC)

Confiram a programação de exposições do Centro Cultural Banco do Brasil e vamos nos organizar pra visitar as exposições:


Galeria de Valores – Exp. temp. Art Noveau/Art Decó

1 Mar a 30 Jun
Local: 4° andar 
Horário: Terça a domingo, das 9h às 21h 



Confiram no site:
ART NOVEAU / ART DECÓ





Sala A | Gisela Mota e Leandro Lima

9 Mai a 3 Jun
Local: Sala A – 2º andar | CCBB RJ 
Horário: Terça a domingo, das 9h às 21h 




Confiram no site:
GISELDA E LEANDRO



Amazônia – Ciclos de Modernidade

29 Mai a 22 Jul
Local: 1º andar e Rotunda | CCBB RJ 
Horário: Terça a domingo, das 9h às 21h 



Confiram no site:
AMAZÔNIA



Rabin Ajaw

22 Mai a 22 Jul
Local: 1º andar | CCBB RJ 
Horário: Terça a domingo, das 9h às 21h 




Confiram no site:
GUATEMALA



Suécia Inovadora

29 Mai a 30 Jun
Local: Sala 26 (4º andar) | CCBB RJ 
Horário: Terça a domingo, das 9h às 21h 






Confiram no site:
SUÉCIA INOVADORA



Sala A Contemporânea: Opavivará

12 Jun a 15 Jul
Local: Sala A – 2º andar | CCBB RJ 
Horário: Conforme programação 




Confiram no site:
OPAVIVARÁ


Na programação do site do CCBB temos ainda uma gama enorme de outros tantos eventos culturais (não 0800, mas como somos estudantes podemos ter desconto de 50%) que também podemos lançar mão para as nossas horas PAC. Quem quiser ir direto para o site do CCBB clique aqui. O grande barato é que são exposições maravilhosas e todas concentradas no mesmo local, sem que percamos tempo e energia em deslocamentos.

Não podemos nos esquecer que as horas PAC tem diversas modalidades e que temos que participar de cada uma delas. Elas são classificadas por tipo de evento. Recomendo a vocês que entrem no site da UCAM e baixem o manual de horas PAC pra saberem direitinho como funcionam, OK?

A partir de segunda-feira estaremos passando uma lista pra que todos que tiverem interesse em participar desses eventos no recesso acadêmico. De acordo com a quantidade de pessoas interessadas poderemos até pensar em alugar uma van e irmos com conforto e segurança, da mesma maneira que fizemos na exposição de Fernando Pessoa.

ABRAÇOS!!!!

terça-feira, 12 de junho de 2012

PDI - Instituição Escolar (P2)

Oi pessoal!

Amanhã temos mais uma tarefa, que é a P2 de PDI, da tia Lulu Daudt. A essa altura todo mundo já sabe o conteúdo da prova, mas não custa nada relembrar, né?


  • A Essência da Escola (texto da aula de 25/04/2012)
  • Documentário "Pro Dia Nascer Feliz"
  • Texto de Augusto Cury - "Bons Professores, Professores Fascinantes"
  • PCN's
  • Livro "O Ateneu"

A ESSÊNCIA DA ESCOLA

Traz uma reflexão acerca da instituição escolar como comunidade. Resumão para PDI? Não existe... as anotações da prof. Luciana somada as nossas, já diz tudo que precisamos saber pra poder fazer uma boa prova. Eu até comecei a fazer um resumão, mas me surpreendi apenas copiando tudo que estava anotado no meu caderno! Besteira... Isso não é resumo, é passar a limpo, rsrsrs. Melhor ler as anotações de aula e as que fazemos no texto.


DOCUMENTÁRIO "PRO DIA NASCER FELIZ"

Quis buscar uma análise isenta da questão pedagógica, a fim que nós criássemos uma construção crítica pessoal, e o site abaixo foi o mais próximo que eu consegui encontrar dessa idéia inicial.


A próxima análise já traz o foco pedagógico, de autoria de um profissional de educação. Serve para contrapontos e construção de uma idéia final:




"BONS PROFESSORES... PROFESSORES FASCINANTES" - AUGUSTO CURY

Discute os diferenciais que um profissional de educação deve ter pra fazer a diferença dos resultados em sala de aula. Também não fiz resumo... as anotações de aula e no texto já valem como resumo.

E O QUE FOI ABORDADO? Recordemos...

Bons professores são:
ELOQUENTES;
TEM METODOLOGIA;
INTERPRETAM O CÉREBRO DO ALUNO COMO DEPÓSITO DE INFORMAÇÕES;
MESTRES TEMPORÁRIOS;
CORRIGEM COMPORTAMENTOS;
EDUCAM PARA A PROFISSÃO.

Professores fascinantes são:
ESTIMULADORES DO EMOCIONAL DO ALUNO;
TEM SENSIBILIDADE;
DÃO SUPORTE PARA A ARTE DE PENSAR DO ALUNO;
MESTRES INESQUECÍVEIS;
RESOLVEM CONFLITOS;
EDUCAM PARA A VIDA.

Não podemos esquecer daquele ponto importante abordado por Cury como um ponto que dificulta o aprendizado, que é a SPA - Síndrome do Pensamento Acelerado.


PCN'S

Não há muito o que se discutir ou resumir sobre os PCS's, a não ser aqueles pontos que a Tia Lulu abordou. Particularmente terei maior atenção quanto a ESTRUTURA, a BASE NACIONAL DO ENSINO MÉDIO (básico e profissionalizante) e a página 15, que fala do APRENDER A CONHECER, APRENDER A FAZER e APRENDER A VIVER, mas recomendo a todos atenção a todos os pontos que ela destacou.


"O ATENEU"

O link a seguir não foi o melhor que eu encontrei, mas dá pro gasto. A um tempo atrás eu tinha achado um muito bom e detalhado, mas não achei mais... =(


Enfim pessoas lindas, é isso. Vamos estudar e vencer mais essa etapa...

UNIDOS, FORTES, FOCADOS E COM FÉ EM DEUS SEMPRE!

=***

segunda-feira, 11 de junho de 2012

RESUMÃO DE HISTÓRIA DO BRASIL COLÔNIA

Pessoal, elaborei um resumão da matéria da P2 de História do Brasil Colônia do prof. Rodrigo Amaral. Esse resumão é baseado em anotações de aula (minhas e do professor), bem como algumas informações pesquisadas na net (links citados ao final).

Segue o link para download do arquivo PDF:
RESUMÃO DE BRASIL COLÔNIA - P2
(se alguém não conseguir baixar, me caça no Face....)

BONS ESTUDOS GALERA, E BOA SORTE NA PROVA!!!


NASCE O BLOG PRETINHAS...



Este blog surgiu da necessidade (e incompetência do Facebook) em compartilhar arquivos e da idéia da minha amiga e colega historiadora Katia Cilene, do turno da manhã (turma de 2011.1).

E PORQUE PRETINHAS DA HISTÓRIA?

O "pretinha" surgiu de um tratamento carinhoso da amiga e colega historiadora GEISA (turno da Noite), que nos chamava a todas de pretinha. Só que o grupo tem um menino, o Marcelo, que é nosso "pretinho mascote". O "da História" é obvio né, gente? rsrsrs

Aqui vamos compartilhar informações relevantes a graduação, trabalhos, estudos, novidades, eventos, e tudo que for importante tanto pra nossa formação superior quanto pra posteriormente termos uma fonte de material, estudos e divulgações do nosso oficio de professores/historiadores.

BEM VINDOS AO PRETINHAS!!!